Art & Architecture
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Apelidado de século das catedrais, o século XIII marcou o apogeu do estilo gótico radiante.
Um mergulho no gótico radiante
O termo "radiante" vem do formato das rosas, como as que podemos admirar hoje em Notre-Dame de Paris, que estavam originalmente na fachada oeste da Sainte-Chapelle antes de serem substituídas no século XV pela extravagante rosa gótica que nos maravilha hoje.
Intimamente ligada à expansão demográfica e ao crescimento das cidades, essa forma de arte também afirmava o poder real sobre o feudalismo em todo o reino.
A Sainte-Chapelle foi encomendada pelo rei e inaugurou esse patrocínio principesco ou "arte da corte", que serviu para aumentar o esplendor de seus patronos.
Ourives, ferreiros, pintores, vidreiros e escultores combinaram todas as artes nesse edifício para criar uma sinfonia de cores e luzes.
A Sainte-Chapelle é provavelmente um dos paradigmas desse desejo dos construtores de acabar com a parede: os pilares formam um esqueleto de pedra, sendo o restante de vidro, permitindo a penetração de luz abundante para estabelecer nos edifícios religiosos uma sensação de imaterialidade e leveza por meio do uso cada vez mais preponderante de vitrais.
DR - Centre des monuments nationaux
Arquitetura que parece desafiar as leis da física para se elevar cada vez mais alto. Toda vez que entramos em uma catedral, exclamamos: "Mas como tudo isso se sustenta?
Essa arquitetura não é dirigida diretamente aos seres humanos, mas sim a Deus.
Cada catedral, cada igreja deve ser uma prefiguração do mundo divino, aquele descrito na cidade celestial (ou nova Jerusalém) por São João em sua visão transmitida a ele por Deus em Patmos durante seu exílio: "O muro era construído de jaspe e a cidade era de ouro puro, transparente como vidro puro. Os alicerces do muro da cidade eram adornados com pedras preciosas de todos os tipos".
A verticalidade e a obviedade das paredes são os princípios essenciais para a compreensão da arquitetura gótica em geral e do gótico radiante em particular. Na competição para aumentar a altura das naves góticas (a abóbada do coro da catedral de Beauvais desabou em 12 de novembro de 1284), a abóbada da Sainte-Chapelle ainda tem uma altura de 20,60 metros.
A propósito, você notará que a Sainte-Chapelle não tem nenhum contraforte externo, uma inovação arquitetônica de valor inestimável no período gótico, mas observe atentamente os corredores laterais da capela inferior. Entre as colunas e a parede, há "étrésillons", uma espécie de "contrafortes internos", que têm o mesmo princípio que seus equivalentes nas grandes catedrais: empurrar o peso suportado pelas abóbadas com nervuras e a pedra angular em direção aos pilares externos: os contrafortes.
Jean Feuille - Centre des monuments nationaux
Graças a esse processo, as paredes podem ser escavadas para dar lugar a janelas muito grandes e, na Sainte-Chapelle, a área da superfície envidraçada ocupa quase 670 metros quadrados. A arquitetura gótica é uma espécie de esqueleto externo de pedra.
Em uma capela alta, não se sente o peso dos contrafortes externos, que ficam ocultos no interior por um jogo sutil de colunatas. Não devemos nos esquecer do papel desempenhado pelo ferro na arquitetura gótica: na Sainte-Chapelle, os telhados são revestidos com baluartes de metal, assim como as janelas internas, permitindo que tudo se mantenha firme quase 800 anos depois.
Foi também durante esse período do Gótico Radiante que as esculturas gradualmente se emancipavam de seu ambiente arquitetônico, culminando em uma estátua redonda. Como o Anjo Sorridente na Catedral de Reims e, para nós, as estátuas dos doze apóstolos na capela superior.
© Romain Pech - Centre des monuments nationaux
